Essa lascívia que te percorre o corpo
Não te vem de uma vontade de prazer
Vem dum desespero abstrato que sobe
Percorrendo do estômago à garganta
Como se quisesse vomitar ansiedade
Desejo de ser preenchido por ácido
E se desfazer em um monte de nada
Quando sua imaginação em branco
Não da nenhuma recompensa barata
Só reprises de borrões sem definição
Sem aspirações às quais se apegar
Nem mesmo aquele conforto gelado
De um curto sombrio abraço fantasma
Se enterra em meio a finos cobertores
Soterrado por desgosto de gosto azedo
E o tempo que sentia escapar pelo vão
Agora engatinha se arrastando em vão
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