Wednesday, March 8, 2017

Culpados

Essas culpas que assumo
Não isentam sua parcela
A pele sua que arranquei
Sem dó nem compaixão
Estava mesmo putrefata
Deu-te uma nova chance
De crescer com saúde
Pois se é suja de sangue
A mão que te levanta
Por que então comes
Esse pão a toda manhã?
Se a força que te bota em pé
É um fruto rubro envenenado
De egoísmo coincidente alheio
Por que não foges, nem que for
Pra se arrastar com dignidade
A língua te infla em virtude
Da tua impotência inerente
E então atira flechas de culpa
Em mim e até às paredes
No entanto, nunca no espelho
Chicoteia não a si por sua prisão
Resultado de inércia encrustada
Mas sempre só a mim, tal qual
Saco de pancadas do pequeno rei



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